Daki Semiárido Vivo
Intercâmbio une saberes e destaca protagonismo juvenil dos semiáridos latinoamericanos
Ao todo 50 Jovens, parte deles estrangeiros, conhecerão experiências agroecológicas resilientes ao clima, na Paraíba e em Pernambuco.
Jovens de regiões semiáridas da América Latina desembarcam, nesta segunda-feira (16), em Campina Grande (PB), onde serão recebidos por moças e rapazes que estão à frente de iniciativas de convivência resilientes ao clima no meio rural. Durante três dias, indígenas, agricultoras e agricultores do Corredor Seco Centroamericano, do Grande Chaco Americano e de outros estados brasileiros conhecerão práticas e estratégias de produção no semiárido.
Esse encontro entre juventudes de diferentes países, mas que vivem em condições socioambientais semelhantes, faz parte do intercâmbio promovido pelo projeto DAKI – Semiárido Vivo. A ação é realizada pela Plataforma Semiáridos e pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) – rede composta por mais de 3.000 organizações sociais – com apoio do Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola (Fida). O objetivo é visibilizar, fortalecer e multiplicar as experiências bem sucedidas de agroecologia.
“A ideia deste intercâmbio é reunir jovens dos Semiáridos latino-americanos para que eles e elas possam estar juntos e em diálogo, construindo conhecimento a partir das juventudes, repensando juntos suas comunidades”, explica a coordenadora pedagógica do Projeto DAKI – Semiárido Vivo, Júlia Rosas.
Cerca de 50 jovens oriundos da Argentina, Guatemala e de El Salvador, além de oito estados do Nordeste brasileiros participam deste encontro.
Troca de experiências
Cerca de 50 jovens oriundos da Argentina, Guatemala e de El Salvador, além de oito estados do Nordeste brasileiros (Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Maranhão, Ceará, Piauí, Bahia, Sergipe) participam deste intercâmbio. As anfitriãs e os anfitriões prepararam uma programação que contará com rodas de diálogos, eventos culturais, visitas a campo para conhecer iniciativas de gestão da água, fundos rotativos, produção e comercialização agroecológica e criação de animais.
A acolhida dos intercambistas será às 9h, no Day Camp Hotel Fazenda, localizado no Sítio São Lucas, em Campina Grande. Após a abertura oficial do evento, acontecerá a apresentação de cada um dos participantes, seguida da exposição teórica das experiências que os jovens visitantes irão conhecer de perto na terça-feira (17) e quarta-feira (18). O primeiro dia termina com a apresentação da Comissão de Jovens Mobilizadores da Agroecologia (CJMA) e um momento cultural.
Os dois dias seguintes de intercâmbio serão dedicados a visitar as realidades do meio rural paraibano. Entre as experiências, os intercambistas conhecerão, por exemplo, práticas de manejo de resíduos sólidos, controle agroecológico de pragas, hortas suspensas e forno solar.
Na quarta-feira (18), o grupo segue para Remígio (PB), onde acontece a 2ª Festa da Colheita das Famílias Guardiãs das Sementes da Paixão da Borborema. Os integrantes do Grupo de Trabalho das Juventudes, que reúne lideranças jovens da Borborema, serão responsáveis por uma instalação pedagógica para receber os e as intercambistas. No espaço, que funcionará das 7h às 15h, também haverá troca de sementes e comercialização de produtos da agricultura familiar.
Pernambuco
No fim da tarde da quarta-feira (18), os visitantes pegam a estrada rumo à cidade de Caruaru, no agreste de Pernambuco. Lá, eles vão conhecer outros processos agrícolas como o reúso de águas cinzas aliado a sistemas agroflorestais, ações de reflorestamento e roçado solidário, por exemplo.
O intercâmbio será concluído na sexta-feira (20) com uma grande plenária de avaliação envolvendo as juventudes participantes e outros atores do campo.
“Tenho grandes expectativas para este novo encontro. Gostaria de ver como é a perspectiva dos jovens no Brasil. Nos workshops do DAKI aprendemos muito e fazer essa troca supera isso. Estou muito entusiasmado com o que vamos vivenciar”, afirma Gustavo Silva, de Calilegüa, Jujuy, e membro da comunidade Colla Guaraní Hermanos Unidos, na Argentina.
Por Kleber Nunes | ASACom / DAKI – Semiárido Vivo