Daki Semiárido Vivo
Semiáridos latinoamericanos realizam intercâmbios internacionais com centralidade para os ODS
O projeto DAKI – Semiárido Vivo inicia o 2º Programa de Formação em Agricultura Resiliente ao Clima (CRA) com intercâmbios internacionais de experiências entre semiáridos latinoamericanos. Essa etapa visa a formação de técnicas, técnicos, agricultoras e agricultores de referência sobre análise Agricultura Resiliente ao Clima (ARC), crise climática e Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O objetivo é enriquecer a aprendizagem a partir das perspectivas regionais e proporcionar uma verdadeira ação integrada de Cooperação Sul-Sul e Gestão do Conhecimento.
Dessa forma, um grupo de cada região participará dos roteiros das outras regiões. Esther Martins, integrante do DAKI – Semiárido Vivo, coordenadora de projetos da Plataforma Semiárido Latino-Americano e facilitadora da International Land Coalition (ILC), explica que “o segundo programa é um momento totalmente in loco. Um espaço para aprofundar e ampliar o conhecimento sobre inovações e práticas produzidas por agricultores, comunidades, povos indígenas, técnicos e instituições. Estar no chão, ouvir as pessoas que produzem e vivem ali, mas também ter um olhar de fora, de outros espaços irmãos, de outros territórios do semiárido, sempre nos dá a oportunidade de buscar desafios e potencialidades semelhantes ou muito diferentes”.
A etapa de intercâmbios internacionais é uma continuação do 1º Programa de Formação em Agricultura Resiliente ao Clima, que aconteceu de março a dezembro de 2022. A etapa anterior contou com a participação de quase mil pessoas e foi desenvolvida em formato híbrido, com aulas e atividades virtuais e encontros e atividades presenciais nas comunidades e territórios.
Os intercâmbios internacionais acontecerão na Argentina, de 27 de junho a 5 de julho, em El Salvador, de 17 a 29 de julho, e no Brasil, em três locais: Ceará, de 9 a 22 de julho, Rio Grande do Norte, de 30 de julho a 12 de agosto, e Bahia, de 20 de agosto a 2 de setembro.
ODS para a resiliência climática
O 2º Programa de Formação pretende contribuir para a concretização de alguns Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Nos parece fundamental estar em sintonia com os ODS, principalmente porque identificamos que as iniciativas da agricultura familiar, da agricultura camponesa, dos povos indígenas e das organizações sociais de pesquisa e técnica já realizam muitas atividades e ações que promovem os Objetivos, mas ainda não conseguiram sistematizar isso dentro dessa ferramenta. Então, muito do que nos propomos a fazer aqui é apoiar e identificar como essas boas práticas já estão em diálogo com os ODS”, explica Esther.
Ela descreve o processo que querem realizar neste 2º Programa como uma “tradução” do conteúdo que “está muito nas Nações Unidas, na cooperação, traduzindo-o diretamente para os agricultores e suas experiências”. A intenção é que eles se apropriem dessa ferramenta, “apropriação por essas comunidades e participantes, para identificar como as regiões semiáridas da América Latina já estão contribuindo para esses objetivos”.
Daniela Savid