Daki Semiárido Vivo
Enseñanzas campesinas en la lucha contra el cambio climático
¿Qué tienen que enseñarnos las experiencias desarrolladas en el semiárido brasileño, en el Gran Chaco Americano y en el Corredor Seco Centroamericano sobre la adaptación de la agricultura campesina e indígena al cambio climático? Esta fue la nota magistral del Seminario sobre Sostenibilidad de Agroecosistemas en Territorios Semiáridos, facilitado por AS-PTA en los días 16 y 17 de marzo de 2022, en el marco del Proyecto DAKI Semiárido Vivo.
Durante el evento, con el objetivo de extraer lecciones aprendidas de experiencias sobre la capacidad de adaptación y respuesta al cambio climático, organizaciones de las tres regiones presentaron y discutieron los resultados de 10 estudios de caso realizados con el método Lume.
Como dijo Antônio Barbosa, coordinador del proyecto, en la apertura del evento: “las personas son productoras de conocimiento. A partir de sus experiencias, necesitamos llegar a ese conocimiento adaptado a las realidades y crear las condiciones para que estas experiencias se encuentren y dialoguen más allá de nuestras fronteras”.
Estrategias campesinas para enfrentar el cambio climático
Durante el evento, los participantes pudieron conocer y discutir las estrategias utilizadas en el manejo de los agroecosistemas por parte de diferentes familias campesinas. A pesar de sus peculiaridades y distinciones, existen patrones económicos y socioecológicos que ayudan a entender por qué estas familias han alcanzado mayores niveles de autonomía y capacidad de adaptación a las adversidades que impone el cambio climático. El acceso a las políticas públicas, el nivel de integración social y el protagonismo femenino y juvenil son algunos de estos factores que ayudan a construir agroecosistemas autónomos y resistentes al clima.
La capacidad de estas familias para “disciplinar el capital”, tanto en el proceso de producción como en la circulación de mercancías, inspiró a Raúl Paz, investigador de la Universidad Nacional de Santiago del Estero, Argentina, comentarista invitado, a compartir la metáfora de que “el campesino es danzar en el tiempo, a veces baila con la música que le impone el capital, pero otras veces instala nuevos ritmos y sonidos y esto es muy importante porque determina ciertos aspectos del desarrollo de estos agroecosistemas”.
Estos estudios de caso y otras sistematizaciones de innovaciones campesinas resilientes al clima pronto estarán disponibles en la biblioteca de Daki. La iniciativa tiene como objetivo estimular y alimentar los debates científicos sobre el clima a partir de los conocimientos y prácticas de los agricultores. Además, la base de datos permitirá la visualización de experiencias en tres regiones distintas: Semiárido Brasileño, Gran Chaco Americano y Corredor Seco de Centroamérica, posibilitando la integración de conocimientos y tecnologías del sur global.
Ensinamentos camponeses no combate às mudanças climáticas
O que têm a nos ensinar experiências desenvolvidas no Semiárido brasileiro, no Gran Chaco Americano e no Corredor Seco da América Central a respeito da adaptação da agricultura camponesa e indígena às mudanças climáticas? Foi essa a tônica do Seminário Sustentabilidade de Agroecossistemas em Territórios Semiáridos, facilitado pela AS-PTA nos dias 16 e 17 de março de 2022, no âmbito do Projeto DAKI Semiárido Vivo*.
Durante o evento, com o objetivo de extrair os aprendizados das experiências sobre a capacidade de adaptação e resposta às mudanças climáticas, organizações das três regiões apresentaram e debateram os resultados de 10 estudos de caso conduzidos com emprego do método Lume.
Como afirmou Antônio Barbosa, coordenador do projeto, na abertura do evento: “os povos são produtores de conhecimento. A partir de suas experiências, precisamos chegar nesse conhecimento adaptado às realidades e criar condições para que essas experiências se encontrem e dialoguem para além das nossas fronteiras”.
Estratégias camponesas no enfrentamento às mudanças climáticas
Durante o evento, os participantes puderam conhecer e debater as estratégias empregadas na gestão dos agroecossistemas por diferentes famílias de agricultores. A despeito das suas peculiaridades e distinções, existem padrões econômicos e socioecológicos que nos ajudam a compreender por que essas famílias têm alcançado maiores níveis de autonomia e capacidade de se adaptar às adversidades impostas pelas mudanças do clima. O acesso a políticas públicas, o nível de integração social e o protagonismo feminino e juvenil são alguns destes fatores que ajudam a construção de agroecossistemas autônomos e resistentes ao clima.
A capacidade dessas famílias em “disciplinar o capital”, tanto no processo produtivo como no processo de circulação das mercadorias, inspirou Raul Paz, pesquisador da Universidade Nacional de Santiago del Estero, Argentina, comentarista convidado, a partilhar a metáfora de que “o camponês está dançando no tempo, em alguns momentos dança com a música que lhe é imposta pelo capital, mas em outros instala novos ritmos e sons e isso é muito importante pois determina certos aspectos do desenvolvimento desses agroecossistemas”.
Biblioteca do Daki
Em breve, estes estudos de casos e outras sistematizações de inovações camponesas resilientes às mudanças climáticas estarão disponíveis na biblioteca do Daki. A iniciativa pretende estimular e alimentar os debates científicos sobre o clima a partir dos conhecimentos e práticas dos agricultores. Além disso, o banco de dados permitirá a visualização de experiências em três regiões distintas: Semiárido brasileiro, Gran Chaco Americano e Corredor Seco da América Central, possibilitando a integração de conhecimentos e tecnologias do sul global.
*A iniciativa em rede DAKI-SV, mobilizada pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e pela Plataforma Semiáridos da América Latina, é fruto da parceria entre a Associação Programa Um Milhão de Cisternas para o Semiárido (AP1MC), a Fundação Nacional para o Desenvolvimento (FUNDE) de El Salvador e a Fundação para o Desenvolvimento de Justiça e Paz (FUNDAPAZ) da Argentina, apoiada pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).