Plantações de café que dão vida 

Na América Central, as culturas de café orgânico ajudam a conservar a fauna e a flora.

Para o Corredor Seco da América Central, o café simbolizou uma cultura que contribui para a resiliência climática, graças à sua capacidade de adaptação a diferentes espécies no ecossistema, sem dominar nenhuma delas. 

Além disso, ao longo dos séculos, o café tem contribuído para a economia das famílias produtoras, sendo uma notável fonte de renda para a região da América Central. Entretanto, são os grupos de famílias e pequenos produtores que apóiam a produção orgânica ecologicamente correta. 

A APAOSIETE é uma associação salvadorenha de produtores orgânicos que geram agroecossistemas. Seus produtos mais importantes incluem café orgânico.

Uma experiência de diversificação do café e das espécies

A APAOSIETE é uma organização de produtores orgânicos na Sierra Tecapa em Berlín, departamento de Usulután, El Salvador. Entre suas principais culturas está o café orgânico, que ajuda a diversificar os alimentos, graças à diversidade das espécies vegetais que circundam as plantações de café. Entre elas estão árvores frutíferas e algumas plantas medicinais, como o eucalipto.

Apesar das dificuldades da seca e da escassez de água, graças às fazendas de café, os produtores da área podem realizar um tratamento adequado do solo, com base em insumos orgânicos e nutrientes que são mais facilmente absorvidos por causa das espécies que habitam o ecossistema. 

Os climas dominantes da região da Sierra Tecapa são tropicais e úmidos, mas graças aos sub climas produzidos pelas fazendas de café, podem ser vivenciadas temperaturas mais baixas e agradáveis. Como exemplo de Agricultura Resiliente ao Clima, a APAOSIETE é uma das experiências sistematizadas pelo projeto DAKI – Semiárido Vivo.

Café orgânico: Da monocultura à diversificação

Uma das grandes vantagens do cultivo de café orgânico é que ele pode ser cultivado em uma variedade de climas. Eles podem ser tropicais, subtropicais, úmidos, subúmidos e congelados, o que oferece uma ampla possibilidade de plantio resiliente em uma variedade de áreas, favorecendo assim muitas pessoas que o cultivam. 

Entretanto, embora o café cresça em uma variedade de ambientes, deve-se levar em conta que, para obter um produto de qualidade, o café precisa crescer sob a sombra, razão pela qual ele precisa estar cercado de árvores que o cubram e gerar uma temperatura adequada para seu crescimento ideal.

Entretanto, o plantio de café orgânico permite que a flora e as espécies vegetais se desenvolvam mais facilmente, conseguindo assim uma diversificação de espécies. O cultivo de café orgânico requer insumos naturais, nutrientes e minerais que são utilizados através de fertilizantes, o que torna possível a coexistência de diferentes espécies no mesmo agroecossistema. 

Este fator torna este cultivo amigável a diferentes espécies de árvores e, portanto, o lar de outras espécies vegetais e de alguma fauna, tais como aves e mamíferos, que podem facilmente coexistir e se adaptar no mesmo ecossistema. 

Café: Uma alternativa resiliente à mudança climática

Segundo dados fornecidos por Carolina Padilla, Diretora Executiva do Conselho do Café de El Salvador, as plantações de café em El Salvador representam 7% de 11% do total da floresta nacional. Eles também contribuem para a conservação de 230 espécies de árvores, 188 espécies de aves exóticas e 31 pequenos mamíferos. 

Por estarem cheias de árvores, as plantações de café contribuem muito para a absorção de dióxido de carbono e também evitam a erosão do solo, fortalecendo os aquíferos através da água que se infiltra no subsolo. Isto é alcançado graças à existência de espécies vegetais que tornam a água que flui de melhor qualidade.

Outra informação fornecida pelo Conselho Salvadorenho do Café é sobre o dióxido de carbono. O órgão afirma que em El Salvador, graças ao cultivo do café, é possível armazenar 32,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono (13.178 toneladas de dióxido de carbono por dia). 

Um produto de qualidade digno de exportação 

O café tem sido uma das culturas mais importantes na região da América Central, sendo um dos produtos mais exportados do Corredor Seco. 

De acordo com a Agência Internacional EFE, em El Salvador, entre outubro de 2021 e julho de 2022, as receitas de exportação de café excederam US$ 145 milhões. Enquanto isso, a produção na Guatemala foi de 328 milhões, tornando-a o segundo produto de exportação mais vendido no primeiro trimestre de 2022. 

Da mesma forma, para Honduras, o café representa o primeiro produto de exportação agrícola. A Nicarágua foi classificada em décimo segundo lugar nas exportações de café de acordo com os dados do Atlas Mundial para 2019.

Saiba mais sobre o café e outras culturas que ajudam a conservar a fauna e a flora

A produção de Cafés Orgânicos pela APAOSITE é uma das 55 sistematizadas pelo projeto DAKI – Semiárido Vivo. 

O projeto selecionou experiências de agricultores resistentes ao clima de três regiões semiáridas da América Latina (Corredor Seco da América Central, Grande Chaco Americano e Semiárido Brasileiro).

Os materiais estão disponíveis na biblioteca em nosso site.

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