Daki Semiárido Vivo
Projeto DAKI – Semiarido Vivo organiza seminário sobre semiáridos latino-americanos em El Salvador
Por: Nathalie Trabanino
No âmbito da Gestão do Conhecimento e da Cooperação Sul-Sul, a Iniciativa DAKI – Semiárido Vivo, organizou o Seminário “Água, Crise Climática e Segurança Alimentar nos Semiáridos da América Latina”. O evento realizado em El Salvador teve como objetivo reunir pessoas de diversos países no âmbito do Dia Mundial da Água (22 de março). Além disso, teve como objetivo fortalecer alianças para o trabalho conjunto entre organizações dos territórios semiáridos da América Latina.
Neste espaço foram compartilhadas informações sobre experiências de captação de águas pluviais em El Salvador, Argentina e Brasil, que contribuem para o acesso e o direito à água em territórios semiáridos ou secos da América Latina.
Além disso, houve espaços de diálogo, onde os participantes geraram propostas baseadas nos aprendizados e contribuições deixadas pelo projeto DAKI – Semiárido Vivo em questões de Resiliência Climática.
Semiáridos vivos e cheios de esperança
O evento, que contou com a participação de pessoas de El Salvador, Brasil, Argentina, México, Nicarágua, Guatemala e Honduras, teve como foco a vida, a água e a alimentação em terras áridas, a partir de uma perspectiva internacional.
Entre os temas abordados pelos palestrantes estão:
Participação e contribuição das mulheres para o desenvolvimento de sistemas alimentares resilientes às alterações climáticas; Sementes nativas e adaptadas: as guardiãs da agrobiodiversidade para a resiliência no semiárido; Situação e desafios do acesso à água diante dos cenários de crise climática nos territórios semiáridos da América Latina; Boas práticas e tecnologias sociais de acesso, gestão e direito à água, etc.
“Gostei muito e me chamaram a atenção as informações sobre os diferentes países e principalmente a necessidade que nossos países têm com a falta de água. Percebi que podemos fazer o que outros países fazem. Em nossa organização já estamos instalando filtros para reutilizar águas cinzas”, disse Mario Chén Rojas, representante da organização Qachuu Aloom (Mãe Terra) da Guatemala.
O Seminário ocorreu nos dias 21 e 22 de março de 2024 e contou com a presença de aproximadamente 150 pessoas, entre agricultores, acadêmicos, representantes da cooperação, técnicos e outras pessoas ligadas ao projeto DAKI – Semiárido Vivo, todos oriundos das diversas regiões latinas. Regiões americanas.
Aliança para as Regiões Semiáridas da América Latina
O seminário foi encerrado com a leitura e assinatura da Carta de São Salvador, que tem como objetivo reafirmar o trabalho conjunto e o compromisso das organizações parceiras e coordenadoras do Projeto DAKI – Semiárido Vivo.
Com base neste acordo, as organizações se comprometeram a unir forças para o desenvolvimento das regiões semiáridas da América Latina. Entre os compromissos mais importantes está o trabalho conjunto para melhorar o acesso à água e as condições de gestão para as comunidades latino-americanas.
O projeto DAKI – Semiárido Vivo e as organizações que o executam sempre tiveram em mente a importância dos produtores em seus processos de aliança e geração de conhecimento.
A aliança reafirma a importância das organizações e dos líderes na luta conjunta pela terra e pela água. “Nas nossas organizações latino-americanas partimos do princípio de que os agricultores são produtores de conhecimento. Eles estão no campo fazendo suas experiências e agroecologia”, disse Júlia Rosas, coordenadora pedagógica do DAKI – Semiárido Vivo durante entrevista à rádio YSKL de El Salvador.
A Carta deSão Salvador assinada no Dia Mundial da Água por Ismael Merlos, representante da Plataforma Semiárido Latino-Americana, e por Antônio Barbosa, como representante da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), reafirma a importância de lutar pelo valioso recurso hídrico na região.
Fragmento da Carta de São Salvador:
“Exigimos e reafirmamos o compromisso de trabalhar juntos para melhorar, orientar e democratizar o acesso e a gestão adequada da água nas áreas semiáridas da América Latina.”
Leia o documento completo aqui:
Da mesma forma, como parte das atividades em favor da segurança alimentar no continente, durante o primeiro dia do seminário “Água, Crise Climática e Segurança Alimentar nos Semiáridos da América Latina”, foi realizada uma troca de sementes e espécies nativas. compartilhada por alguns dos participantes do evento.
Gestão do conhecimento e cooperação Sul-Sul
O seminário “Água, Crise Climática e Segurança Alimentar no Semiárido da América Latina” foi um espaço para celebrar os processos de Gestão do Conhecimento, que vêm sendo executados a partir do projeto DAKI – Semiárido Vivo. Durante todas as fases desta iniciativa, foram divulgadas informações centradas em tecnologias e práticas para desenvolver sistemas alimentares e meios de subsistência resilientes em contextos de crise climática.
“O DAKI tem sido um projecto regional muito importante onde foram realizados diferentes processos estratégicos, como a capacitação, onde várias organizações e líderes camponeses têm participado nestes processos de formação de Agricultura Resiliente ao Clima. Além dos intercâmbios sobre Agricultura Resiliente ao Clima, entre a cooperação Sul-Sul, que tem sido muito importante”, comentou Blanca Meléndez, representante da Fundação Associação para a Cooperação e o Desenvolvimento Comunal de El Salvador (CORDES).