Os Semiáridos da América Latina na COP 27

Contribuições dos povos dos Semiáridos para os debates sobre mudanças climáticas 

De 6 a 18 de novembro se realiza no Egito a 27º Conferência das Partes (COP, na sigla em inglês para Conference of the Parties) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), da Organização das Nações Unidas (ONU). Um evento que busca mobilizar a consciência e solidariedade dos países para cumprir o Acordo de Paris frente a emergência climática. 

Diante de uma realidade mundial que requer a urgente redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa e a resiliência aos fenômenos meteorológicos extremos,, os povos das regiões semiáridas da América Latina demonstram ter ricas experiências de convivência com seu território, que podem ser replicadas e aprendidas por outras comunidades que vivem em regiões similares em todo o mundo. 

O trabalho em rede e o intercâmbio dessas experiências se concretizaram a partir de iniciativas como a Plataforma Semiáridos da América Latina (PS AL) e o projeto DAKI – Semiárido Vivo (DAKI SV). Hoje, frente a COP 27, qual o aporte que as populações das regiões semiáridas da América Latina, que participam do projeto de formação DAKI SV, podem fazer ao debate sobre emergência climática?

Projeto DAKI – Semiárido Vivo

O projeto DAKI – Semiárido Vivo é um programa de gestão do conhecimento de boas práticas resilientes à mudança climática que divulga saberes e experiências da América Latina desde o Corredor Seco Centroamericano (CSC), o Gran Chaco Americano (GCA) e o Semiárido Brasileiro (SAB). É uma iniciativa apoiada pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrário (FIDA) e impulsionada por duas redes de organizações da sociedade civil que operam nas regiões semiáridas: a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e a Plataforma Semiáridos da América Latina (PS AL). 

O projeto identifica e sistematiza experiências, processos de capacitação e intercâmbios que contribuem com as agricultoras e agricultores, técnicos e técnicas, e com suas respectivas instituições, nas práticas e estratégias da chamada Agricultura Resiliente ao Clima (ARC). 

“Este programa gere conhecimentos que estão no coração dos objetivos propostos para trabalhar a mitigação das mudanças climáticas, já que podem ajudar a entender outra forma de produzir alimentos. Além de que, o projeto DAKI SV está atravessado pelas regiões semiáridas da América Latina e suas estratégias de adaptação e mitigação às mudanças climáticas estão focadas nas regiões semiáridas porque no mundo se veem zonas que cada vez mais tem problemas de produção por conta das secas. Portanto, todas as práticas de adaptação que tenham a ver com a conservação de sementes e tipos de cultivos, manejo dos ciclos produtivos e manejo da água, vão ser centrais nas próximas décadas”, afirma Gabriel Seghezzo, coordenador do DAKI pela Argentina/FUNDAPAZ. 

Aportes para a COP 27

Durante a COP 27, as experiências de Agricultura Resiliente ao Clima, sistematizadas no âmbito do projeto DAKI – Semiárido Vivo, estarão disponíveis para discussão a partir de vídeos e fotos. Três documentários irão representar os três semiáridos latinoamericanos: 

  • A iniciativa de manejo silvipastoril da floresta do Chaco, a partir da produção sustentável de madeira, carne e mel;
  • A experiência com recuperação de áreas degradadas do Assentamento Modelo, no município de Canindé de São Francisco, no Sergipe, Brasil;
  • E o uso dos Sistemas Agroflorestais como soluções para enfrentar secas reincidentes e severas, tempestades e furacões associados às mudanças climáticas na Serra Tecapa, El Salvador. 

Estes e outros mini documentários fazem parte da Websérie Semiárido Vivo e estão disponíveis no Youtube em português e espanhol.

Em suas páginas do Instagram, o projeto DAKI SV e a Plataforma Semiáridos estão publicando uma série de fotos sobre resiliência climática nos semiáridos. Acompanhe!

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