Algodão agroecológico: cuidado com saúde e meio ambiente

Experiência no Chaco argentino mostra um modelo de plantio de algodão sem o uso de agrotóxicos, com sementes produzidas pelos Qom e envolvendo famílias nativas.

O “No ́ ́Oxonec – Algodão de Fronteira” reúne um grupo de atores sociais, institucionais e empresas estatais que trabalham em colaboração para desenvolver uma experiência agroecológica de produção em sistemas agrobiodiversos e sem o uso de agrotóxicos na província do Chaco, Argentina.

O nome é um composto. “No¨oxonec”, na língua Qom, significa “entrelaçado” e Algodão de Fronteira refere-se à fronteira para a qual os povos nativos foram levados nas campanhas contra eles no final do século XIX e também às fronteiras impostas pela semeadura de cultivos transgênicos no final do mesmo século.

O principal objetivo desta rede é fortalecer os sistemas locais de produção agroecológica, recuperando conhecimentos ancestrais,sementes nativas e crioulas, e agregando valor a um produto que é 100% chaquenho.

Esta experiência de produção agroecológica de algodão é sem precedentes e autogerida. Todo o processo de produção, desde a semeadura e cultivo da semente nativa, até a colheita, processamento, fiação e desenho têxtil, é realizado na província com atores locais. 

Sistemas de produção que favorecem a resiliência climática

Por ser caracterizada pelo uso de mão-de-obra familiar, esta produção de algodão tem um impacto positivo nas fontes locais de emprego e na renda dos pequenos produtores indígenas e crioulos, assim como na permanência e enraizamento dessas famílias em seus territórios. 

Além disso, a geração de produção saudável e acessível, tanto para as famílias agrícolas, quanto para os consumidores do produto, e a contribuição para o cuidado do meio ambiente e a preservação do solo, fazem desta experiência um exemplo claro de Resiliência Climática nos territórios.

Mais informações sobre a produção de algodão agroecológico na Biblioteca DAKI

“NO’OXONEC – Algodão de Fronteira é uma das 55 iniciativas agrícolas resistentes ao clima sistematizadas pelo DAKI – Semiárido Vivo. 

O projeto selecionou experiências de três regiões semi-áridas da América Latina (Corredor Seco da América Central, Grande Chaco Americano e Semiárido brasileiro).

Os materiais estão disponíveis na biblioteca em nosso site.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *